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Olha dentro dos meus olhos


Olha dentro dos meus olhos e lê a minha alma
Ficarás surpreendido com o que encerro no mais íntimo do meu ser
Verás tristeza, dor, ódio, amargura, raiva
Encontrarás também alegria, afecto, carinho, amor, paz
Deixa-te levar pela saudade e embalar pela melancolia
Deixa-te abraçar pela cálida ternura do meu olhar e entrega-te ao desejo que queres ver adormecido
Não te lembras acaso de tudo quanto vivemos juntos?
Olha dentro dos meus olhos e deixa-te tocar

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Silêncio

Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.

Falsa inocência

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Tempo

Tenho memória de um tempo sem tempo. De tão distante, o futuro era a promessa do que a imaginação e a ambição ousassem sonhar. O tempo era uma linha a que não se vislumbrava o fim. Jamais se esgotava, havia sempre tempo. Tempo para viver, para experienciar, para errar, para recomeçar. Nunca era tarde, até o ser. O que haveria de ser ficou por cumprir e jaz no campo das hipóteses. O horizonte temporal deixa perceber onde termina e cada dia é um dia a menos para o que falta do resto da vida. Contraria-se o amargo de boca com uma alegria fingida e agarra-se, qual bóia de salvação, a falsa e tão propalada expectativa de que "nunca é tarde". Como se a vida nunca se esgotasse e houvesse sempre tempo.