Sou outra vez criança quando me permito a inocência que há muito perdi.
Quando, sem quaisquer preconceitos e expetativas, me predisponho a receber. A absorver e a aprender, captando a essência das coisas que hão de ser a amálgama que me susterá.
Quando me deixo suplantar por essa avidez do que é novo e desconhecido.
Quando me permito acreditar que é puro o sorriso que me oferecem e sinceras as palavras que me dirigem.
Quando me deixo convencer de que é real a deferência que me dedicam.
Quando ignoro que o caminho que me trouxe até aqui me ensinou muito do que preferia continuar a desconhecer.
Quando me iludo e abraço uma realidade paralela.
Continuarei a ser criança enquanto não enxergar a realidade que se mascara, sedutora, ao meu olhar, embalando-me na sua doce melodia.
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