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A mostrar mensagens de 2023

Vidas

Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.

Recomeço

  Absorve as palavras, como quem bebe avidamente para matar a sede. Sem filtros, reservas ou ideias preconcebidas. Toma-as como uma orientação, como um manual para pôr uma máquina em funcionamento. Não ouve apenas, escuta com a atenção que merecem as coisas verdadeiramente importantes e, sobretudo, determinantes para fazer a diferença. Não é que as palavras sejam novas ou que nunca tenham sido ditas ou ouvidas. Não são, contudo, apenas palavras. Mais do que palavras, que encadeiam frases e conduzem a uma ideia, são o impulso, a ignição para empreender a marcha. Batem como pancadas na porta: “Não te demores onde não és feliz”. Há muito caminho para trás, mas um horizonte sem fim além.  

Sinais

Parecem sinais. Surgem do nada, como o sol a romper sob as nuvens num dia de tempestade. Uma frase, o título de um livro, uma canção, um gesto... pequenas coisas que despertam os teus sentidos, que te obrigam a pôr em questão, a olhar para dentro e também mais além. São sinais se deixares que tragam consigo a mudança. A brisa fresca num dia de verão, o agasalho numa noite fria, o abraço de conforto num dia mau, o sorriso que vem de dentro e se reflete no olhar... Sinais ou evidências ou tão somente o clique para a mudança, para o caminho que será sempre uma incerteza enquanto não se empreender a caminhada.