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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2010

Quando a chuva passar

(...) Quando a chuva passar, Quando o tempo abrir Abra a janela e veja eu sou o sol Eu sou céu e mar, Sou céu e fim E o meu amor é imensidão. Quando a chuva passar - Ivete Sangalo

Inverno

Poderá o Inverno nunca ter um fim?

No mundo dos sonhos

Porque insistes em continuar amarrada quando podes ser livre? Porque te contentas com o mediano quando podes obter a excelência? Porque têm que ser sempre os outros a acreditar em ti primeiro do que tu própria? Falta-te a determinação, a força, a coragem. Continuas a preferir o caminho mais fácil, mais cómodo, mais previsível. Tens receio de arriscar, deixas-te dominar pelo medo e continuas a sonhar. Se, se, se… Não é por aí, sabes muito bem que não é por aí que chegas lá. Se, se, se… Tudo não passa de mera ilusão, de castelos construídos na areia. O sonho comanda a vida, mas o mundo só pula e avança se empreenderes os projectos que desenhaste e partires em busca de novos mundos.

Vazio

É como se lhe tivessem arrancado o coração e não fosse já capaz de sentir nada. As vozes que ouve não as escuta já. As pessoas que se cruzam com ela não passam de vultos enevoados que não consegue ver. Quer gritar mas não tem voz, quer andar mas as pernas não obedecem. Sente apenas um vazio, um vazio sem fim. Questiona-se se estará ainda viva. O som da buzina de um carro que passa a grande velocidade tira-a do torpor em que estava mergulhada. De repente dá-se conta de que chove. Pingas grossas batem-lhe na cara como que percebendo a urgência de a trazer de volta à realidade. Um arrepio de frio percorre-lhe o corpo fazendo-a perceber que está viva. Ensaia uma tentativa para sair dali mas o corpo parece ter vontade própria e não se move. Que importa ir ou ficar? Para ir teria de ter um motivo, para ficar uma razão. Não tem nem uma coisa nem outra, só esse vazio, esse vazio que a agarra ao chão e não a deixar sair dali. A chuva continua a cair mas deixou de a sentir.

Uma espécie de inconformismo

Talvez fruto do rumo que a minha vida foi seguindo, em virtude das oportunidades que foram surgindo e das opções que fui tomando, sempre recusei o cenário de um emprego para a vida, um quadro que agora está definitivamente riscado do mapa laboral. Com efeito, a simples ideia de ficar toda uma vida agarrada a rotinas causa-me algum desconforto, mas percebo perfeitamente quem abraça uma profissão que o realiza e vive em função dela. Volvidas mais de duas décadas desde que entrei na vida activa, somo várias ocupações e diferentes experiências, algumas verdadeiramente gratificantes e enriquecedoras, outras nem tanto. Não tenho qualquer dificuldade em definir o que me dá realmente prazer fazer em termos laborais, mas, como já o referi algures neste blog, fazer-se aquilo de que realmente se gosta é um privilégio só de alguns. Como alguém próximo faz questão de me lembrar, o discurso da realização pessoal é muito bonito mas não paga contas a ninguém e já lá vai o tempo em que as pessoas podia

Histórias de amor

Dizem-nos que há histórias de amor felizes, daquelas que fazem história. De tempos em tempos uma qualquer reportagem na imprensa ou na televisão faz-nos acreditar que sim: casais na idade sénior que, espelhando enorme cumplicidade e ternura, relatam as adversidades que tiveram de enfrentar para ficarem juntos; outros que se desencontraram, viveram outras vidas e acabaram por se reencontrar como se o destino tivesse determinado que teriam de viver o amor prometido mas adiado; outros ainda que ignoram as diferenças que os separam e constroem sonhos para o futuro. Os mais cépticos dirão que as histórias de amor felizes só existem nos livros e nos filmes. Os mais realistas afirmarão que as histórias de amor têm um início auspicioso mas que tendem a perder o fôlego, esvaziando-se de interesse e de sentimentos. Há também os idealistas, que acreditam que todo o ser há-de encontrar a sua alma gémea e ser feliz. Há depois todos os outros, os que mesmo desencantados com o amor acreditam em histó

Vidas com sentido II

Não digas não tenho tempo . Não te esquives dizendo não posso . Querendo, podes sempre. Estará a tua vida tão cheia que não possas ocupar-te com mais uma coisa? A primeira tentação, e a mais cómoda, é recusar. Porém, querendo é sempre possível, seja em nosso favor ou em prol dos outros. Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje, diz o ditado. Porquê então adiar o telefonema ou a visita a um amigo que remetes sempre para o dia seguinte? Porquê deixar para mais tarde a actividade que até gostavas de experimentar e nunca tomaste a iniciativa de iniciar? Porquê arredar para um futuro sem dia a partida em busca do sonho? Amanhã é sempre longe demais. O ontem já passou, o amanhã ainda não chegou, o importante é viver o Hoje.

O amor

Sabes lá o que é o amor Sabes lá o que é o coração tomado por um sentimento que nos domina e nos traz reféns Sabes lá o que é o sentimento arrebatador de gostar de alguém mais até do que nós próprios Sabes lá o que é o amor Sabes lá o que é a ânsia e o desejo de partilhar todos os momentos com alguém que vive permanentemente no nosso pensamento Sabes lá o que é os minutos parecerem horas, as horas parecerem dias e o dias parecerem anos quando se está longe da pessoa amada e o que é o tempo voar quando se está junto Sabes lá o que é o amor Sabes lá o que é o desejo que consome o corpo e queima por dentro Sabes lá o que é estar refém de um sentimento que pode mais do que a nossa própria vontade Sabes lá o que é a amargura de amar sem ser correspondido Sabes lá o que é o amor…

Vidas com sentido

Parece-me fundamental, vital mesmo, ter objectivos na vida. De outra forma, que sentido faria a existência? De algum modo, somos levados por essa espécie de fio condutor que nos orienta e aponta a direcção a seguir, nesse percurso que é a nossa vida. É um facto que a vida é feita de opções e escolhas, mas também de oportunidades. É, pois, fulcral estarmos atentos e não deixar passar essas ocasiões, que podem não se repetir. Do mesmo modo, é imprescindível criarmos, também nós, as oportunidades e não nos limitarmos a ficar à espera, numa apatia que não leva a lado nenhum. A mudança tem que, primeiramente, começar por nós. Querer é capital. A força move montanhas, diz a sabedoria popular. Logo, se querer é poder, há que canalizar energias para essa vontade e fazer acontecer.

Aconchego

O tempo frio convida ao recanto e ao conforto do lar. É propício a reunir as pessoas à volta da mesa em degustações que parecem ter um paladar especial. Numa palavra: aconchego.

A dor da perda

Saiu para rua, cumprida mais uma jornada de trabalho. Um arrepio percorreu-lhe o corpo ao enfrentar o frio de um fim de tarde de um Inverno que teima em durar. Sem pressa, tomou a direcção que há-de levá-la a casa. O corpo vencido pelo cansaço age com uma autómato, mecanicamente. Sabe que em casa nada mais a espera do que uma imensa, uma dura e pesada solidão. A dor da perda está ainda muito presente e parece tê-la enredado na sua teia, mantendo-a refém. Até quando? Pergunta repetida vezes sem conta, sem qualquer resposta. O sentimento de impotência domina-a por completo e abafa toda e qualquer tentativa para vir de novo à tona. Quer acreditar que depois da tempestade virá a bonança, mas ainda sente os efeitos do tsunami que arrasou a sua vida. Embora tenha deixado de fazer parte da sua vida, ele continua presente, sem o estar fisicamente. Por isso, a dor não amaina e a vida segue perdida, sem rumo.

Dá-me um abraço

Ouvia-a hoje pela primeira vez e tocou-me. Não foi a melodia que despertou os meus sentidos, foi a letra. É um poema - poder-lhe-ei chamar assim? - lindo, em que as palavras não são apenas palavras, são frases carregadas de forte significado. Não surpreende tratando-se de um tema dos Pólo Norte. Dá-me um abraço que seja forte E me conforte a cada canto Não digas nada que o nada é tanto E eu não me importo Dá-me um abraço fica por perto Neste aperto tão pouco espaço Não quero mais nada, só o silêncio Do teu abraço Já me perdi sem rumo certo Já me venci pelo cansaço E estando longe, estive tão perto Do teu abraço Dá-me um abraço que me desperte E me aperte sem me apertar Que eu já estou perto abre os teus braços Quando eu chegar É nesse abraço que eu descanso Esse espaço que me sossega E quando possas dá-me outro abraço Só um não chega Dá-me um abraço - Pólo Norte

A paixão da rádio

Quem me conhece sabe que a rádio é a minha paixão e que mantenho a esperança de um dia voltar aos microfones. A rádio tem esse enorme poder de, pelo ouvido, transmitir sensações e emoções e agarrar o ouvinte. O relato de um jogo de futebol, em que a descrição de cada passe, e especialmente de cada jogada mais emotiva, faz vibrar o adepto fora do estádio, é um dos exemplos mais óbvios. E o que dizer das reportagens em que o som tem tanto ou mais poder que as palavras? Mais do que uma técnica saber usar o som é uma arte, mas saber usar as palavras também. Eu conheço um caso assim; um programa de rádio que tem essa particularidade de prender o ouvinte e de o transportar nessa viagem pelo mundo do imaginário. É, curiosamente, um programa sobre viagens que, embora não sendo produzido por nenhum jornalista, alcança esse desígnio de levar o ouvinte a percorrer sítios e lugares e a vivenciar as emoções dessa descoberta.

Fim de semana

Fim de semana. Quão depressa passam estes dois dias que, supostamente, deveriam servir para recuperar energias e, quiçá, fugir à rotina. Aproveitemos pois, que passa num instantinho.

Vencer obstáculos

Admiro as pessoas que têm a capacidade de dar a volta por cima, perante as maiores adversidades, esses seres a quem vulgarmente damos o nome de optimistas. São pessoas que enfrentam os problemas, sejam eles quais foram, com a determinação firme de os ultrapassar e decididas a não se deixarem abater pelas contrariedades da vida. Acho que isso é um dom, é algo que não está ao alcance de todos. Os optimistas de quem falo são as pessoas positivas, que contagiam quem os rodeia. Não me refiro aos tontos que parecem estar sempre de bem com a vida. Fazem-me confusão pessoas que dão a ideia de viver, em permanência, num único estado de humor, pois é minha convicção de que ninguém é sempre feliz e de que todos nós temos os nossos momentos, seja de euforia, felicidade, tristeza ou raiva. A vida precisa de ser condimentada, pois, de outro modo, não é saboreada. E saborear a vida é também vencer obstáculos. Logo, ser optimista é meio caminho andado.

Equador

De novo um autor português. Miguel Sousa Tavares é o senhor que se segue nesta minha incursão pela literatura e o romance “Equador” é o livro escolhido. Apesar de ter acompanhado a exibição televisiva da série inspirada na mesma obra, não foi este motivo suficiente para me desinteressar de ler o livro. É, contudo, praticamente impossível, para não dizer mesmo impossível, ao avançar na história, não me reportar para o filme e evitar a associação das personagens aos actores que acabaram por personalizar o imaginário do autor. Há quem considere que transformar uma boa história num filme, ou série, nem sempre seja uma boa aposta ou uma ideia feliz. Eu cá entendo que uma boa história é sempre uma boa história. Logo, “Equador” é, com certeza, um bom romance, tal como o é “A vida num sopro”, que recomendo.

Refúgio

Percorreram de mãos dadas o caminho que os conduziria ao mar. Como que indiferentes às temperaturas que arrepiavam o termómetro e ao vento gélido que lhes trespassava as vestes, trilhariam o percurso de sempre para se deterem junto a esse imenso oceano. Partilhavam a mesma paixão pelo mar e o gosto por esse refúgio, vezes sem conta testemunha das suas juras de amor, eterno enquanto durar. O dia quase no fim, dois corpos que se abraçam, uma imensa partilha sem palavras serem ditas.