Caminha devagar, sem pressa de chegar ao destino. Não tem ninguém à sua espera, por isso tanto faz mais cedo como mais tarde. Aguarda-o uma casa vazia, onde outrora havia companhia. Hoje, resta apenas ele. As paredes agora despidas exibiam retratos de uma família que deixou de o ser. Uma história igual a tantas outras, que o destino se encarregou de escrever indiferente à vontade dos protagonistas. A agitação de uma cidade que se despede de mais um dia traz-lhe à memória os tempos em que ansiava pelo regresso a casa, para o aconchego do lar, em busca do merecido repouso, onde o aguardavam os mais doces sorrisos e os abraços mais reconfortantes. Caminha devagar, porque não há pressa agora. O destino pregou-lhe a mais injusta e traiçoeira de todas as rasteiras e, de uma só vez, levou-lhe todas as razões que o faziam sorrir.