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A mostrar mensagens de maio, 2021

Onde mora a saudade

A saudade mora no meu coração. Assentou morada no dia em se fez física a tua ausência. É como um órgão extra que o meu corpo acolheu. Vive em mim. Desde que acordo até que me deito tenho permanente consciência dela. Às vezes afaga-me o coração como um sopro leve, uma carícia suave, um sorriso caloroso, um abraço confortante. É uma saudade apaziguadora, que traz à memória tanto do bom que partilhamos. Outras vezes é um aperto no coração, uma dor dilacerante, uma nuvem a cobrir o sol. Obrigo-me a levantar do chão e a procurar a luz. A saudade continuará a morar no meu coração enquanto a memória existir.

Vida

  Bateu com a porta, resoluta, pondo fim a um ciclo. Demorou a tomar a decisão, mas, a partir do momento em que a ideia de virar a página não mais a deixou serenar, não havia como deixar tudo como estava. A inquietude foi crescendo, ganhou forma de coragem e impeliu-a a dar o passo. Enfrentou o medo, afastou as dúvidas, ignorou as incertezas. Não buscava uma nova vida, somente foi ao encontro da vida.

Obsessão

Tornou-se visceral. Agigantou-se de tal modo que quando deu fé já escapara ao seu controlo. Num exercício de memória, procurou precisar no tempo o momento em que o sentimento o dominou, fazendo-o refém. Tornou-se adicto, ele que sempre se esquivou a toda e qualquer dependência. Equipara a adrenalina que lhe corre nas veias a uma qualquer substância que, num ápice, eleva aos píncaros o mais moribundo dos seres. Como lhe chamar amor, quando, na realidade, é obsessão?!