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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2010

Determinação

Não quero o que tens para me dar, porque é muito pouco Não me bastam essas migalhas de atenção que me dispensas nos intervalos da tua outra vida, onde acredito que não és feliz, mas onde persistes em permanecer e de onde não te consigo desgarrar Não me bastam os momentos de intensa paixão partilhados num turbilhão de adrenalina, nem as palavras doces a prometer um futuro que sei que nunca vai ser nosso Quero, preciso, mereço mais Ainda que a dor de não te ter se assemelhe a uma lança a trespassar o meu coração, o meu amor-próprio há-de valer mais do que o pouco que tens para me dar

Por uma noite

Tocas no rosto enquanto o ar não sai Inspiro sem medo do acto que vem Envolvo os pés como mãos Do toque nasce a nossa ilusão Desenhas os risos de um novo medo Que o peito demonstra sem qualquer sossego Faz tempo que a culpa se foi Ficámos de pensar só depois Do erro. Já pouco nos resta fechar os olhos Escondemos actos sem qualquer receio ou angustia Que nos prende a vontade de sentir O corpo com prazer Rasgas-me a roupa sem qualquer pudor Enquanto buscas o ar pela boca Passeias o teu cheiro no meu corpo Por entre os braços misturo tudo Após o prazer ficaremos mudos Sem saber Se é por uma noite Grito teu nome sem saber Como será o amanhã Foi um sonho real Por uma noite. Por Uma Noite - Klepht

Excesso

Há amores estranhos fundos sem razão são secretos vivem na cumplicidade indizíveis nas palavras que aqui vão são impróprios de viver em liberdade levaram a ternura ao exagero e a um excesso saboroso a nossa pele só compreende quem sente o latejar bem mais dentro que os olhos do olhar, há amores que não posso aqui explicar pois quer queiram quer não inda vivemos na pré-História de um Futuro de cem mil anos nas grutas de um sentir que não sabemos há uma palavra escandalosa e proibida quando se fecha a porta e começa a fantasia e me sento no sofá e desligo-me da vida e fico Senhor completo do teu corpo e o código começou e tu me ofereces o máximo que alguém nos pode dar e a guerra não tem hoje nem tabus são duas vontades grandes que ali estão e mais que as mãos e a boca e o Futuro e o vício de dois corpos seminus amarro em ti a vida que me escapa e acordas-me explicando o mundo todo e cedo a esta raiva que me mata e sinto em ti Mulher, Mulher de mais e houvesse aqui, agora, já, um altar

Quando foi que te perdi?

Onde ficou a cumplicidade que nos unia? Que é feito das palavras doces que me dizias ao ouvido, dos beijos quentes e dos abraços que demoravam a terminar? Não se estendem já os teus braços para me abraçar Não se abre agora o teu sorriso nem os teus olhos brilham ao ver-me Quando foi que te perdi?

Regresso ao passado

Dou por mim chegada ao destino sem memória da viagem que empreendi. Aqui chegada sinto uma estranha inquietude, um desconforto que se agiganta no meu íntimo e me corta a respiração. Faço um esforço titânico para parecer calma, mas vejo-me completamente impotente para travar o despertar dos fantasmas do passado, encarcerados durante anos a fio. Regressar ao sítio onde outrora fomos felizes foi quanto bastou para jogar por terra a teoria de que o tempo tudo cura. Agora sei que não te esqueci e que vivia na ilusão de ter virado a página do passado.

Vulcão

Dentro de mim há um vulcão prestes a entrar em erupção É uma amálgama de raiva, desprezo e ódio Lava incandescente que me queima as entranhas Sinto-me prestes a explodir e nada posso contra esse orgasmo de fel