Parecem sinais. Surgem do nada, como o sol a romper sob as nuvens num dia de tempestade. Uma frase, o título de um livro, uma canção, um gesto... pequenas coisas que despertam os teus sentidos, que te obrigam a pôr em questão, a olhar para dentro e também mais além. São sinais se deixares que tragam consigo a mudança. A brisa fresca num dia de verão, o agasalho numa noite fria, o abraço de conforto num dia mau, o sorriso que vem de dentro e se reflete no olhar... Sinais ou evidências ou tão somente o clique para a mudança, para o caminho que será sempre uma incerteza enquanto não se empreender a caminhada.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
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