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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Coisas do Amor

Foi por causa do frio. Foi por causa do frio que ele lhe disse que o nariz dela parecia o do batatoon . A comparação não lhe agradou e ela logo pensou nas palavras que alguém lhe dissera em vésperas de dar o nó: com o casamento vai-se o romantismo. Na altura não deu importância, mas ao ver-se confrontada com tão desagradável comparação não pôde evitar recordar o fatídico veredicto. Na realidade, o companheiro poderia tão somente estar a brincar e a observação nada ter tido de intencional e ter sido até reflexo do carinho que nutre por aquela com quem resolveu partilhar, quiçá, o resto dos seus dias. Terá sido a mente feminina, quase sempre demasiado apressada a tirar conclusões, que empolou a questão, que fez uma interpretação depreciativa de tais palavras, porventura inocentes. O sorriso com que partilhou o episódio deixou perceber que este não seria caso para deixar arrefecer o Amor, muito embora a sensibilidade feminina tivesse sido beliscada.

Sozinho

Às vezes, no silêncio da noite Eu fico imaginando nós dois Eu fico ali sonhando acordado, juntando O antes, o agora e o depois Por que você me deixa tão solto? Por que você não cola em mim? Tô me sentindo muito sozinho! Não sou nem quero ser o seu dono É que um carinho às vezes cai bem Eu tenho meus desejos e planos secretos Só abro pra você mais ninguém Por que você me esquece e some? E se eu me interessar por alguém? E se ela, de repente, me ganha? Quando a gente gosta É claro que a gente cuida Fala que me ama Só que é da boca pra fora Ou você me engana Ou não está madura Onde está você agora? Sozinho - Caetano Veloso

Sol de Inverno

Gosto dos dias de sol no Inverno. Ainda que o frio nos tolha os ossos, a luminosidade que se espraia sobre a terra é enérgica; tem o poder de nos acordar desta espécie de letargia em que mergulhamos durante esta época cinzenta e triste e possui o dom de conceber um novo alento para os dias que hão-de vir. Ainda que o ar frio que nos bate no rosto não nos deixe esquecer que é Inverno, o sol revigora-nos a alma, fazendo relevar pequenos senãos que nos apoquentam. Ainda que não passe de mera ilusão, o sol de Inverno tem esse efeito magnífico que é dar cor aos dias e à vida. Gosto mesmo dos dias de sol no Inverno.

Regresso ao passado

Numa espécie de regresso ao passado, percorri locais que, felizmente, ainda conservam a beleza e o encanto de outrora. A Natureza no seu estado mais puro, oferecida a quem dela queira desfrutar. Há sítios assim, lugares que nos fazem recuar no tempo e refrescam memórias esquecidas. Momentos que despertam emoções e apetece partilhar.

Prazeres

São pessoas de sorte aquelas que têm a possibilidade de fazer aquilo que realmente gostam, trabalhar na área para a qual se sentem vocacionadas. Considero mesmo que é um privilégio tal facto. Mais do que uma actividade profissional, o trabalho é, nestes casos, um prazer, com a vantagem de ser remunerado. Quantas e quantas pessoas não se vêem obrigadas a despender os seus esforços em funções que não as motivam e que, em muitos casos, as agastam e deprimem? Nos tempos que correm, de crise generalizada, ter um posto de trabalho é quase um luxo, mas luxo maior é ter um trabalho de que verdadeiramente se gosta.

A vida num sopro

Coincidentemente, ou talvez não, eis que após "A casa quieta", de Rodrigo Guedes de Carvalho, estou a descobrir, literariamente falando, outro jornalista, desta feita José Rodrigues dos Santos. "A vida num sopro" afigura-se, para já, mais cativante, não pela história, que me parece interessante, mas pela escrita, mais ao meu gosto. "A casa quieta" gira em torno do incortonável destino que a todos nos espera: a morte. Todos nós já sentimos, em algum momento da nossa vida, a dor de perder alguém. Num mundo perfeito não seríamos obrigados a ter que suportar perdas que nos magoam de forma atroz. Mas num mundo imperfeito, este em que vivemos, podemos tentar ser melhores pessoas, valorizar a vida que temos e as pessoas que nos rodeiam. Colhemos o que semeamos.

Encontro

Fim de tarde de um dia de Inverno. O rio corre veloz com pressa de encontrar o mar, como para um encontro desejado que tarda em chegar. Com a mesma ansiedade, as ondas do mar hão-de abraçar o rio que chega, diluindindo-o no imenso oceano.

Atitudes

Eu amo-te muito. Dita em tom de brincadeira por alguém que tem sempre uma piada pronta a sacar da algibeira, mesmo nos momentos mais imprevisíveis, a frase teve por contexto o sismo no Haiti, cuja real dimensão não é ainda conhecida, mas que, é certo, atingirá dimensões devastadoras. No mesmo registo, explicou-me que caso ocorresse na nossa realidade uma qualquer catástrofe natural gostava que as pessoas de quem gosta soubessem do sentimento que nutre por elas. Rimos, naturalmente felizes, porque temos ao nosso lado aqueles que amamos. A verdade é que, por força do ritmo mais ou menos frenético das nossas vidas ou da rotina que comodamente se instalou, esquecemo-nos de dizer às pessoas das nossas vidas o quanto as amamos e o quanto são importantes para nós. Beijos e abraços que não se dão, carinhos que não se trocam, palavras que não se dizem... A vida é efémera. Merece a pena ser vivida em toda a sua plenitude.

A casa quieta

Todos os anos é assim. Repetem-se as promessas de concretizar projectos, realizar desejos ou passar das intenções aos actos. Porém, o hoje fica, irremediavelmente, adiado para amanhã, o passado foi lá atrás e o futuro ainda vem longe. Até que um dia, por fim, é chegada a hora de cumprir o que sistematicamente relegamos para segundo plano. Ora, não é de agora esta intenção de ler mais. Ler por prazer, não por necessidade. Buscar nos livros histórias capazes de nos envolver, fazer sonhar ou, tão somente, fazer sorrir. Um pouco por acaso a escolha recaiu sobre "A casa quieta", de Rodrigo Guedes de Carvalho. Outros livros se seguirão, é garantido.

Ponto de partida

Ponto de partida. O desejo transformado em realidade. O futuro começa hoje.