A saudade mora no meu coração. Assentou morada no dia em se fez física a tua ausência. É como um órgão extra que o meu corpo acolheu. Vive em mim. Desde que acordo até que me deito tenho permanente consciência dela. Às vezes afaga-me o coração como um sopro leve, uma carícia suave, um sorriso caloroso, um abraço confortante. É uma saudade apaziguadora, que traz à memória tanto do bom que partilhamos. Outras vezes é um aperto no coração, uma dor dilacerante, uma nuvem a cobrir o sol. Obrigo-me a levantar do chão e a procurar a luz. A saudade continuará a morar no meu coração enquanto a memória existir.
Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.
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