Podia
ter-te pedido para ficares, mas não o fiz. Deixei que partisses e fiquei, presa
ao chão, a ver-te ir embora. Ainda olhaste para trás, mas não deixei que visses
a dor que me consumia. Fingi uma determinação que não sentia e aguentei firme e
estoicamente até te perder de vista. Não me lembro quanto tempo ali fiquei nem
o que fiz a seguir. Tenho, porém, a certeza de que foi o recomeço mais difícil
que alguma vez tive que experimentar. Sei que fui eu que te empurrei para fora
da minha vida. Sei que foi das decisões mais árduas e sofridas que alguma vez
tive que tomar. Sei porque o fiz. Fá-lo-ia de novo, ainda que tivesse que
passar pelo mesmo tormento. Porque ser feliz não é parecer feliz.
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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