Foi fugaz,
porém tão forte e intenso. Apanhou-nos de surpresa, enredou-nos na sua teia.
Amarrou-nos em laços, prendendo-nos sem que disso déssemos conta. Lançou-nos
num redemoinho, elevou-nos ao mais alto dos céus. Caminhamos sem sentir o chão,
tocamos estrelas, agarramos a lua, beijamos o sol. Não o tivesse vivido e diria
que foi um sonho.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
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