Sentiu-o
chamar por si. Esquecida do tempo e do lugar foi ao seu encontro. Encontrou-o sereno,
pronto para a envolver e ouvir as suas confidências. Rendida, entregou-se sem
resistência e quaisquer reservas. Sempre assim fora. Uma relação que perdura no
tempo e que, ao invés de esmorecer, se torna cada vez mais forte. Ninguém mais lhe
proporciona o mesmo bem-estar nem a mesma alegria. A ele vai buscar energia
para combater as agruras da vida. Por vezes acha-se egoísta. Nem sempre dá na medida
em que recebe, mas não sabe ser de outra forma. Ele está lá sempre para ela,
seja para receber o seu sorriso ou beber as suas lágrimas. Ela chama-o de seu.
Ele, o Mar, não é de ninguém.
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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