Erguida naquela encosta, impõe-se na paisagem. Uma pincelada de cor em dias cinzentos e um pedaço de céu em dias de sol. Em redor, a serra, densa, verdejante. Na vista desafogada, o mar imenso, revolto em dias de tempestade, nos outros um lago onde apetece mergulhar. Na casa azul há vida, ainda que vozes não se ouçam. Umas vezes risos, outras lágrimas, palavras sussurradas ou gritos, abraços sentidos ou frias despedidas. Na casa azul, tal como em todas as outras casas, a vida acontece, caem os dias no calendário, os meses, os dias, os anos. Sucedem-se gerações, vão-se os velhos, ficam os novos. E o mar sempre como testemunha, vigilante permanente.
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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