Esteve
sempre iminente, durante todo o dia, mas foi ao início da noite que despoletou.
Persistente, com uma cadência cada vez mais intensa. Como que ansiosa depois de
uma longa espera. Ritmada como uma dança, sem abrandar um só instante. Os pingos
transformados num enorme véu cobrindo a imensidão. Os campos, sequiosos,
absorvendo cada gota. O estio fora longo e agreste, como há muito não se via.
Fora uma extensa e penosa espera. Por fim, ela chegara. Ávida do abraço por
demais ansiado.
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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