Vive agora num permanente estado
de letargia. Tem consciência disso, mas vontade nenhuma de inverter a situação.
É como se tivesse caminhado durante horas e não possua já forças para dar um só
passo que seja. Cansaço. Será, afinal, esse o diagnóstico? Não o sabe, tampouco
quer saber. Basta-lhe permanecer quieta, não colocar interrogações, ainda que num
frémito de clarividência se questione. Estará ela a cair nas malhas dessa coisa
a que chamam depressão? Não, seguramente que não, ainda que não consiga
clarificar por que razão se mantém apática, indiferente ao que antes a trazia
motivada. Sente-se como um balão que, de repente, se esvaziou. Está sem conteúdo, vazia.
Pouco lhe importa se é noite ou se é dia. Não se quer obrigar a pensar, a reagir
ou sequer a pedir ajuda. Só quer ficar, porque não vê vantagens em ir.
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