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Escolhe sentir


Gira o mundo com pressa
E tu, aí, a ver o carrossel da vida rodar
Ouves chamar para tomares o teu lugar
Porém, continuas estático
Não te moves porque isso implica embarcares no redemoinho de emoções a que queres fugir
Esquivas-te porque sentir é coisa que não queres
Preferes manter-te nessa redoma
Porque é mais cómodo, mais seguro talvez
Mas, infinitamente menos interessante
É como se assistisse a um filme sem fazeres parte dele
Sentes o apelo para te envolveres
Porém, continuas na retranca
Não de inibas, não te furtes a sentir
Escolhe sentir

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Serei Amor

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Silêncio

Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.

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  Chega manhã bem cedo, numa rotina que cumpre religiosamente. Passos arrastados de quem carrega décadas de vida e as mazelas de uma infinidade de pequenos nadas e abalos de maior grandeza. Não estão à vista essas mazelas, fizeram morada por dentro, numa marca indelével que há de levar para a cova. Endireita as costas que teimam em curvar-se, fazendo-se ereto. Ergue os ombros e olha o mar, de frente, qual forcado enfrentando o touro na arena, em jeito de desafio. Conhece-o bem. Aprendeu a conhecê-lo antes sequer de se fazer homem. Sabe das suas manhas, dos seus caprichos, da sua imprevisibilidade. Respeita-o, porque o conhece. Sabe que pode ser traiçoeiro, ah como sabe. Não permite que as más memórias emerjam, antes as quer ocultas nesse negrume que habita em si, que lhe envolve o coração. Desconhece de que matéria é feito, tão pouco sabe que resiliência é a armadura de que se revestiu para sobreviver.