O destino pregou-lhe uma partida e obrigou-a
a tomar em mãos uma vida antes partilhada. Viu partir-se a corda que a mantinha
ancorada a uma vida em tudo previsível, sentindo o chão fugir-lhe debaixo dos
pés. Primeiro, a negação. Depois, a resignação. Secou as lágrimas e deixou para
trás o passado, traçando um novo rumo para a sua vida. Descobriu forças que não
sabia possuir. Orienta as suas energias para objectivos concretos, com a
determinação de quem sabe como e para onde quer ir. Continua sozinha, mas o
estar só não é ser só.
Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.
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