Regresso, amiúde, ao
passado. Quando a ausência faz doer entrego-me aos pensamentos, mergulho na
emoção de dias felizes e deixo-me envolver por doces recordações. Nessa espécie
de viagem virtual (re)vivo esse tempo em que o futuro não era mais do que um
horizonte longínquo.
Mas o tempo, esse supremo
traidor, corre, pula e avança como se tivesse pressa de chegar a algum lado.
Como quem derruba peças de um dominó, abrevia as horas, os dias, os anos,
tornando cada vez mais extenso o caminho percorrido e cada vez mais diminuto o
percurso a trilhar.
Não tinha a noção do
finito. Fui esbarrando nessa incontornável realidade, ao longo do tempo. São já
tantos os embates! As marcas ficam no coração e na alma. Regresso, por isso,
muitas vezes ao passado. Para trazer ao presente quem se foi, para apaziguar a
dor e a saudade.
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