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Coisas do Amor


Foi por causa do frio. Foi por causa do frio que ele lhe disse que o nariz dela parecia o do batatoon. A comparação não lhe agradou e ela logo pensou nas palavras que alguém lhe dissera em vésperas de dar o nó: com o casamento vai-se o romantismo. Na altura não deu importância, mas ao ver-se confrontada com tão desagradável comparação não pôde evitar recordar o fatídico veredicto. Na realidade, o companheiro poderia tão somente estar a brincar e a observação nada ter tido de intencional e ter sido até reflexo do carinho que nutre por aquela com quem resolveu partilhar, quiçá, o resto dos seus dias. Terá sido a mente feminina, quase sempre demasiado apressada a tirar conclusões, que empolou a questão, que fez uma interpretação depreciativa de tais palavras, porventura inocentes.
O sorriso com que partilhou o episódio deixou perceber que este não seria caso para deixar arrefecer o Amor, muito embora a sensibilidade feminina tivesse sido beliscada.

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Serei Amor

  Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto   Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces   Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades   Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento   Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados   Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação   Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR

Nem sempre...

Nem sempre razão e coração casam, mas fazem alianças. Nem sempre o amor cura, mas faz verdadeiros milagres. Nem sempre um abraço atenua a dor, mas imprime energia. Nem sempre falar resolve, mas alivia. Nem sempre são firmes os meus passos, mas regem-se pela verticalidade.  Nem sempre são assertivas as minhas palavras, mas refletem a verdade de cada momento.  Nem sempre sou o que esperam de mim, mas o que posso ser para os outros.  Nem sempre dou tudo o que poderia, mas o que sou capaz de oferecer.

Vida

Há dias maus e há dias muito maus. E depois há os outros, os verdadeiramente muito maus, a que, caso tivéssemos escolha, nos furtaríamos. São um verdadeiro murro no estômago, que nos atiram “borda fora”, que nos roubam o chão. Que fazem doer. Porém, há os dias bons e os dias muito bons. E depois há os dias excecionalmente esplêndidos. Verdadeiramente felizes. Energia positiva que alimenta o corpo e a alma. Que aquece o coração. Ambos, os dias bons e os dias maus, deixam marca, acentuada ou mais ténue. São memórias que carregamos, e que, a espaços, regressam, ainda que não as convoquemos. São memorandos, páginas de um livro que se vai avolumando de uma história cujo desfecho desconhecemos.