Eu amo-te muito. Dita em tom de brincadeira por alguém que tem sempre uma piada pronta a sacar da algibeira, mesmo nos momentos mais imprevisíveis, a frase teve por contexto o sismo no Haiti, cuja real dimensão não é ainda conhecida, mas que, é certo, atingirá dimensões devastadoras. No mesmo registo, explicou-me que caso ocorresse na nossa realidade uma qualquer catástrofe natural gostava que as pessoas de quem gosta soubessem do sentimento que nutre por elas. Rimos, naturalmente felizes, porque temos ao nosso lado aqueles que amamos. A verdade é que, por força do ritmo mais ou menos frenético das nossas vidas ou da rotina que comodamente se instalou, esquecemo-nos de dizer às pessoas das nossas vidas o quanto as amamos e o quanto são importantes para nós. Beijos e abraços que não se dão, carinhos que não se trocam, palavras que não se dizem... A vida é efémera. Merece a pena ser vivida em toda a sua plenitude.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
amo-te mesmo muito. e amo o que escreves. porque se sente genuíno, porque espero que aqui, entre palavras, consigas fazer soprar um pouco da força incontrolável que insistes em guardar dentro do peito.
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