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Carta de amor


Porque não me escreves uma carta de amor? Acaso a ideia parecer-te-á disparatada? Partilharás do pensamento de que “todas as cartas de amor são ridículas” ou receias antes expor-te e desnudar a tua alma? Não temas, pois não são as palavras que te tornarão vulnerável aos meus olhos. Esqueces-te que te sei de cor. Conheço-te demasiado bem, talvez até melhor do que a mim própria. A cada gesto teu, a cada olhar, sou capaz de adivinhar o teu pensamento. Não precisas dizer uma única palavra para eu saber que só queres ficar aconchegado no meu colo, os meus dedos afagando o teu cabelo. Não precisas falar para eu perceber que tens necessidade de desabafares ou de simplesmente seres ouvido. E quando chegas nessa alegria mal disfarçada, quase infantil, também não precisas falar para eu ver que estás feliz ou que algo de bom iluminou o teu dia. Ainda que me digas, sem dizer, que sou importante para ti, sempre gostava que me escrevesses uma carta de amor.

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Serei Amor

  Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto   Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces   Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades   Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento   Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados   Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação   Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR

Nem sempre...

Nem sempre razão e coração casam, mas fazem alianças. Nem sempre o amor cura, mas faz verdadeiros milagres. Nem sempre um abraço atenua a dor, mas imprime energia. Nem sempre falar resolve, mas alivia. Nem sempre são firmes os meus passos, mas regem-se pela verticalidade.  Nem sempre são assertivas as minhas palavras, mas refletem a verdade de cada momento.  Nem sempre sou o que esperam de mim, mas o que posso ser para os outros.  Nem sempre dou tudo o que poderia, mas o que sou capaz de oferecer.

Vida

Há dias maus e há dias muito maus. E depois há os outros, os verdadeiramente muito maus, a que, caso tivéssemos escolha, nos furtaríamos. São um verdadeiro murro no estômago, que nos atiram “borda fora”, que nos roubam o chão. Que fazem doer. Porém, há os dias bons e os dias muito bons. E depois há os dias excecionalmente esplêndidos. Verdadeiramente felizes. Energia positiva que alimenta o corpo e a alma. Que aquece o coração. Ambos, os dias bons e os dias maus, deixam marca, acentuada ou mais ténue. São memórias que carregamos, e que, a espaços, regressam, ainda que não as convoquemos. São memorandos, páginas de um livro que se vai avolumando de uma história cujo desfecho desconhecemos.