Chego com um nó na garganta e não consigo articular palavra. Atiro-me para o teu colo em busca de aconchego e encontro o calor do teu conforto. Não questionas o porquê do meu olhar perdido, que sustém a custo as lágrimas que hás-de ver rolar mal me tomas nos teus braços. Assaltam-te inúmeras perguntas, mas remetes-te ao silêncio até que o meu choro, até então contido, irrompe e quebra esse mudo momento. Apertas-me como se me resgatasses de um naufrágio e sinto-me emergir das profundezas que me sugam. Como que por magia sinto a dor desvanecer-se, aliviando o peso que carregava sobre os ombros. Há-de chegar a altura de falar, mas, por ora, preciso somente o teu abraço.
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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