Gostaria de saber exprimir por palavras o que o meu coração sente, mas este problema de expressão que marca o meu ADN não mo permite. Ficam mudas as palavras na minha boca e olho-te na esperança de que saibas mais de mim do que julgo saber. Fico na expectativa de que possas adivinhar o que estou a pensar quando me sinto demasiado exposta a teus olhos. Acaso terás a capacidade de perceber que quero que fiques quando digo que está na hora de ires embora? E que é somente por medo de sofrer alguma desilusão que te dou a entender que não quero compromissos? Não te dás conta de que não é o frio que me arrepia a pele, mas o teu toque que desperta em mim sensações que me fazem perder o discernimento? Ou porque rio quando queres falar sério, boicotando qualquer conversa que me leve a dizer mais do que me sinto capaz? Será somente um problema de expressão? Ou será que tarde me dei conta de que já não sou dona da minha vontade?
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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