Ouves
o vento a soprar, desejoso de invadir cada porta e janela fechadas? Parece que
anda perdido, sem norte, à procura de um lugar para se abrigar. Corre como
louco, não se percebe para onde quer ir. Ora rebola pelo chão, atirando pelo ar
as folhas amarelecidas de um Outono ainda a fazer-se anunciar, ora se eleva ao
mais alto dos arranha-céus, desafiando a mais resistente das edificações. Brinca
com os cabelos como a fazer pirraça, atrevido levanta saias e vestidos, assobiando
a cada esquina. Provoca, desafia.
Gosto
do vento, sabes? Às vezes esmorece, mas, num abrir e fechar de olhos, revela
toda a sua força. Impõe-se, faz-se respeitar. Acho que nesses dias também quer
sacudir os corpos e as mentes amorfas.
Comentários
Enviar um comentário