Ouço vozes ao longe. Vêm em ondas, tornando-se cada vez mais claras ao ritmo do meu lento acordar. Dás-me a tua mão e eu agarro-a qual bóia de salvação, como se dela dependesse a minha sobrevivência. Dizes o meu nome baixinho, num sussurro soprado ao meu ouvido. Respondo com um sorriso. Desafias-me a ir ver o mar e arrastas-me até à varanda. Sumiram-se as vozes e nada mais se ouve que o barulho das ondas, num suave ondular, qual música que nos embala. Ignoramos deliberadamente o relógio, obrigando-o a dar-nos o tempo que nos tem faltado.
Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR
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