Faltam-me
pedaços, não sou inteira. Qual crivo cravado de buracos, assim sou eu. A cada
perda há um vazio que se abre, que não mais fecha, passe o tempo que passar. A cada
desilusão fica exposta a ferida da dor, que não chega nunca a sarar. A cada
fracasso agiganta-se esse fantasma da derrota ficando sempre à espreita.
Faltam-me
pedaços, a vida anda a roubar-me, continua a roubar-me. Tira-me pessoas,
tira-me momentos, tira-me sorrisos, tira-me alegria, tira-me alento…
Só é
inteiro quem não se dá, quem não arrisca, quem não se atreve. Só é inteiro quem
nunca amou.
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