Diz-me por
onde ir porque já não enxergo o caminho. Sê o meu farol, indica-me a direção. Orienta-me
por este tortuoso trajeto para que eu não tropece. Faltam-me as forças, mas,
sobretudo, falta-me o ânimo. Sinto que me abandonaste entregue à minha própria
sorte. Não tenho dado pela tua presença, preciso de um sinal. Mostra-me que
estás comigo, porque ao olhar para trás só vejo as minhas pegadas. Não te peço
que me carregues ao colo, mas que me ajudes a carregar a cruz, porque é
demasiado pesada para mim.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
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