Como se
cumprisse um guião o cinzento acompanha-a. Desde sempre. Umas vezes mais persistente,
outras quase ausente, mas permanentemente presente. Nunca quis que a sua vida
fosse um rascunho traçado a lápis de carvão, aspirou sempre a uma tela
colorida, com traços bem marcados e definidos. Mas a vida é dada a caprichos e
obriga a novos recomeços constantemente. Não permite que as cores brilhem por demasiado
tempo e o pardacento volta a instalar-se sem deixar perceber por quanto tempo.
Enquanto a resiliência durar está prometida uma guerra de cores.
Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.
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