Todos os anos é assim. Repetem-se as promessas de concretizar projectos, realizar desejos ou passar das intenções aos actos. Porém, o hoje fica, irremediavelmente, adiado para amanhã, o passado foi lá atrás e o futuro ainda vem longe. Até que um dia, por fim, é chegada a hora de cumprir o que sistematicamente relegamos para segundo plano. Ora, não é de agora esta intenção de ler mais. Ler por prazer, não por necessidade. Buscar nos livros histórias capazes de nos envolver, fazer sonhar ou, tão somente, fazer sorrir. Um pouco por acaso a escolha recaiu sobre "A casa quieta", de Rodrigo Guedes de Carvalho. Outros livros se seguirão, é garantido.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
Ler é um excelente escape da nossa realidade. Não deve haver um dia em que não leia umas páginazinhas, e leio romances atrás de romances. Será a tal necessidade de me mergulhar noutras realidades?
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