Avançar para o conteúdo principal

Uma espécie de inconformismo


Talvez fruto do rumo que a minha vida foi seguindo, em virtude das oportunidades que foram surgindo e das opções que fui tomando, sempre recusei o cenário de um emprego para a vida, um quadro que agora está definitivamente riscado do mapa laboral. Com efeito, a simples ideia de ficar toda uma vida agarrada a rotinas causa-me algum desconforto, mas percebo perfeitamente quem abraça uma profissão que o realiza e vive em função dela.
Volvidas mais de duas décadas desde que entrei na vida activa, somo várias ocupações e diferentes experiências, algumas verdadeiramente gratificantes e enriquecedoras, outras nem tanto. Não tenho qualquer dificuldade em definir o que me dá realmente prazer fazer em termos laborais, mas, como já o referi algures neste blog, fazer-se aquilo de que realmente se gosta é um privilégio só de alguns. Como alguém próximo faz questão de me lembrar, o discurso da realização pessoal é muito bonito mas não paga contas a ninguém e já lá vai o tempo em que as pessoas podiam fazer opções.
Costumo dizer que sou uma eterna insatisfeita, porque parece que só estou bem onde não estou, qual António Variações. Não sei se será isto um defeito ou uma virtude, mas esta espécie de inconformismo é que me faz sentir verdadeiramente EU.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Serei Amor

  Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto   Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces   Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades   Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento   Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados   Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação   Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR

Silêncio

Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.

Nem sempre...

Nem sempre razão e coração casam, mas fazem alianças. Nem sempre o amor cura, mas faz verdadeiros milagres. Nem sempre um abraço atenua a dor, mas imprime energia. Nem sempre falar resolve, mas alivia. Nem sempre são firmes os meus passos, mas regem-se pela verticalidade.  Nem sempre são assertivas as minhas palavras, mas refletem a verdade de cada momento.  Nem sempre sou o que esperam de mim, mas o que posso ser para os outros.  Nem sempre dou tudo o que poderia, mas o que sou capaz de oferecer.