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Histórias de amor


Dizem-nos que há histórias de amor felizes, daquelas que fazem história. De tempos em tempos uma qualquer reportagem na imprensa ou na televisão faz-nos acreditar que sim: casais na idade sénior que, espelhando enorme cumplicidade e ternura, relatam as adversidades que tiveram de enfrentar para ficarem juntos; outros que se desencontraram, viveram outras vidas e acabaram por se reencontrar como se o destino tivesse determinado que teriam de viver o amor prometido mas adiado; outros ainda que ignoram as diferenças que os separam e constroem sonhos para o futuro.
Os mais cépticos dirão que as histórias de amor felizes só existem nos livros e nos filmes. Os mais realistas afirmarão que as histórias de amor têm um início auspicioso mas que tendem a perder o fôlego, esvaziando-se de interesse e de sentimentos. Há também os idealistas, que acreditam que todo o ser há-de encontrar a sua alma gémea e ser feliz. Há depois todos os outros, os que mesmo desencantados com o amor acreditam em histórias felizes, os que constroem a sua história de amor no dia-a-dia assente na partilha e na construção de projectos e sonhos comuns, e os que vivem a verdadeira história de amor não se dando conta de que a estão a viver. Tal sucede porque as histórias de amor felizes – sim, felizes, porque há histórias de amor infelizes – são, afinal, histórias iguais às de gente como nós, gente que chora e que ri, que sofre e que luta, gente que, efectivamente, vive a vida.

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Serei Amor

  Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto   Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces   Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades   Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento   Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados   Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação   Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR

Silêncio

Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.

Nem sempre...

Nem sempre razão e coração casam, mas fazem alianças. Nem sempre o amor cura, mas faz verdadeiros milagres. Nem sempre um abraço atenua a dor, mas imprime energia. Nem sempre falar resolve, mas alivia. Nem sempre são firmes os meus passos, mas regem-se pela verticalidade.  Nem sempre são assertivas as minhas palavras, mas refletem a verdade de cada momento.  Nem sempre sou o que esperam de mim, mas o que posso ser para os outros.  Nem sempre dou tudo o que poderia, mas o que sou capaz de oferecer.