Admiram-lhe a garra e a força. A frontalidade, por vezes bruta, com que diz as coisas. O sorriso e o riso. Tudo nela é genuíno e verdadeiro, sem engodos ou artimanhas. Diz que a vida não é para ser levada a representar. É anti politicamente correcto e sempre se borrifou para as aparências. Sempre disse o que pensava, o que lhe valeu muitos dissabores e admiração noutras tantas vezes. Nunca deixou um abraço por dar e um amor por viver. É feliz, como só o podem ser as pessoas livres.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
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