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Preso ao passado


Vives preso ao passado e, por isso, não consegues viver o presente nem perspectivar o futuro. Ficaste parado no tempo, num tempo em que foste feliz, em que tinhas sonhos. Hoje, não sonhas mais. Vives como que algemado, numa atitude de resignação, como se nada mais pudesses esperar da vida, numa postura de comiseração que não te leva a lado nenhum. Entregaste-te a uma vida vazia e fechaste-te ao mundo lá fora, alheio ao relógio do tempo. Porque és assim, afinal? Que acontecimento supremo te transformou na pessoa que és hoje? Um desgosto de amor? Um fracasso profissional? Ainda estás a tempo. Estás sempre a tempo de mudar, de inverter o sentido das coisas. Solta as amarras e lança-te à vida. Entrega-te sem medo de errar, de amar ou sofrer. Afinal, é isso que nos faz mais fortes. É erguer depois de uma queda, é enfrentar as adversidades com confiança e determinação e, sobretudo, acreditar, acreditar sempre.

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Serei Amor

  Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto   Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces   Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades   Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento   Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados   Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação   Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR

Silêncio

Quando o silêncio é tão estrondosamente ruidoso retumba no peito e agita a mente. Não se ouve, contudo, grita. É avassalador. Assume o poder das mais duras palavras, é eco de uma multidão. É poderoso, porque domina, torna refém. Não permite refúgios nem evasões. É inteiro, porquanto preenche, toma todas as dimensões. Mil vezes os gritos. Tal silêncio não traz serenidade nem acalma. Mata.

Homem do mar

  Chega manhã bem cedo, numa rotina que cumpre religiosamente. Passos arrastados de quem carrega décadas de vida e as mazelas de uma infinidade de pequenos nadas e abalos de maior grandeza. Não estão à vista essas mazelas, fizeram morada por dentro, numa marca indelével que há de levar para a cova. Endireita as costas que teimam em curvar-se, fazendo-se ereto. Ergue os ombros e olha o mar, de frente, qual forcado enfrentando o touro na arena, em jeito de desafio. Conhece-o bem. Aprendeu a conhecê-lo antes sequer de se fazer homem. Sabe das suas manhas, dos seus caprichos, da sua imprevisibilidade. Respeita-o, porque o conhece. Sabe que pode ser traiçoeiro, ah como sabe. Não permite que as más memórias emerjam, antes as quer ocultas nesse negrume que habita em si, que lhe envolve o coração. Desconhece de que matéria é feito, tão pouco sabe que resiliência é a armadura de que se revestiu para sobreviver.