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Há dias...


Há dias em que as dúvidas se sobrepõem às certezas.
Há dias em que o entusiasmo esmorece.
Há dias em que o ânimo se deixa cair em desânimo.
Há dias...
Será a culpa dessa coisa a que chamam estado de espírito? Que poder é esse que num momento te atira para o mais alto dos picos e, no instante seguinte, te derruba e te faz sentir como se carregasses o mundo às costas? Que poder tem, afinal, isso a que chamam estado de alma, que num dia é alegria, noutro tristeza, num dia é raiva, noutro desencanto? Como explicar que essa coisa possa mais que a tua vontade, te domine e controle? Grita, reage, não te fiques. Deixa o ardor que remói em lume brando no teu íntimo fazer chama. Deixa esse fogo arder e queimar essa coisa a que chamam estado de espírito para que não mais decida os dias em que deves estar feliz ou estar triste.

Comentários

  1. Olá, sublinho o que disseste. Mas é difícil combater o "enigma" Estados de Alma... é uma espécie de fantasma que nos assombra com tristeza e desânimo quando menos esperamos. Felizmente, tenho alguns anjos da guarda (talvez) que são mais poderosos e ajudam-me a "não me ficar" e a andar em frente. Gosto de pensar que é um anjo da guarda atento. Por enquanto tem tido uma boa influência e os meus estados de alma teimam em combater o cinzentismo, para me deixar cintilante e combativa. Vamos combater o cinzento das nossas vidas e espalhar o dourado do "Sol e as Estrelas"!

    BJ grande
    Angélica

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Serei Amor

  Serei morada Porto de abrigo Cais onde ancoras o barco Âncora no mar revolto   Serei casa Regaço que acolhe Abraço que conforta Lar das memórias mais doces   Serei refúgio Lugar seguro Tempo sem tempo Abrigo nas tempestades   Serei certeza nas horas dúbias Luz na escuridão Esperança no desespero Alegria no descontentamento   Serei confidente Guardiã de todos os teus segredos Fiel depositária das tuas partilhas Confessionário dos teus pecados   Serei música Silêncio se o desejares Frenesim na quietude Calma na agitação   Serei o que quiseres que seja Sempre e quando o queiras Serei para ti o que queria fosses para mim Serei AMOR

Nem sempre...

Nem sempre razão e coração casam, mas fazem alianças. Nem sempre o amor cura, mas faz verdadeiros milagres. Nem sempre um abraço atenua a dor, mas imprime energia. Nem sempre falar resolve, mas alivia. Nem sempre são firmes os meus passos, mas regem-se pela verticalidade.  Nem sempre são assertivas as minhas palavras, mas refletem a verdade de cada momento.  Nem sempre sou o que esperam de mim, mas o que posso ser para os outros.  Nem sempre dou tudo o que poderia, mas o que sou capaz de oferecer.

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  Chega manhã bem cedo, numa rotina que cumpre religiosamente. Passos arrastados de quem carrega décadas de vida e as mazelas de uma infinidade de pequenos nadas e abalos de maior grandeza. Não estão à vista essas mazelas, fizeram morada por dentro, numa marca indelével que há de levar para a cova. Endireita as costas que teimam em curvar-se, fazendo-se ereto. Ergue os ombros e olha o mar, de frente, qual forcado enfrentando o touro na arena, em jeito de desafio. Conhece-o bem. Aprendeu a conhecê-lo antes sequer de se fazer homem. Sabe das suas manhas, dos seus caprichos, da sua imprevisibilidade. Respeita-o, porque o conhece. Sabe que pode ser traiçoeiro, ah como sabe. Não permite que as más memórias emerjam, antes as quer ocultas nesse negrume que habita em si, que lhe envolve o coração. Desconhece de que matéria é feito, tão pouco sabe que resiliência é a armadura de que se revestiu para sobreviver.