Perco-me no rol dos porquês, na infindável lista de interrogações para as quais não encontro respostas. Adormeço a perguntar e pergunto desde que acordo. De ti, só o silêncio, esse terrível silêncio que me ensurdece, que faz aumentar a minha angústia, que me consome. Quisera eu perceber o porquê desse silêncio, para acalmar esta dor. Quisera eu poder olhar-te nos olhos e derreter essa frieza que me gela o corpo e a alma. Quisera eu, se tu consentisses, deixar de ser sombra para ser luz.
Sempre a vi como o espelho da dor. Dois rudes golpes, a par de todas as outras dores que foi acumulando, mataram-na, ainda que se mantivesse viva. Não é preciso estar na pele do outro para perceber o seu sofrimento, contudo, é impossível medir a mágoa que sufoca o coração e enegrece a alma. Perder um filho, depois o outro. É a morte em vida, seguramente. Resiliência é um eufemismo para quem tem de prosseguir depois de tudo ter acabado. Sobreviver, porque viver é outra coisa.
Amei este texto.
ResponderEliminarEstá lindo.